Importância do Hemograma para o Diagnóstico
O sangue é essencial para o transporte de oxigênio, água, minerais, eletrólitos, vitaminas, lipídios, proteínas e carboidratos. O sangue também mantém o equilíbrio eletrolítico do organismo, transporta leucócitos para combater infecções, sendo ele composto principalmente por 3 tipos celulares (hemácias, leucócitos e plaquetas).
O hemograma avalia os componentes principais do sangue, fornecendo informações quantitativas (número total de células, contagem diferencial, índices hematimétricos) e qualitativas (morfologia das células), sendo necessário a associação de ambos fatores para uma avaliação correta do animal.
O sangue é coletado de artérias ou veias periféricas e armazenado em tubos com anticoagulante para ser analisado. As informações do animal são fornecidas no momento da coleta, para que se possibilite um acompanhamento das alterações e para criar um histórico são necessários exames de rotina. O hemograma tem duas partes, sendo elas o Eritrograma e Leucograma.
O Eritrograma compreende a contagem e morfologia de hemácias, hemoglobina, hematócrito, VGM, CHCM, HCM, RDW. Esses vários dados são fundamentais para identificar e caracterizar anemias, como anemias por falta de ferro ou ácido fólico, anemias por babesiose ou outra enfermidade.
O hematócrito é o volume que as hemácias ocupam no sangue, expresso em porcentagem, por exemplo um hematócrito de 40%, indica que 40% do volume do sangue são hemácias e os outros 60% são plasma com água, proteínas, vitaminas, lipídios etc.
A hemoglobina é a proteína que fica dentro da hemácia e que é responsável pelo transporte de oxigênio, é um fator fundamental para determinar a anemia.
O volume globular médio (VGM) mede o tamanho das hemácias.
A concentração de hemoglobina corpuscular média (CHCM) avalia a concentração da hemoglobina dentro das hemácias.
A hemoglobina corpuscular média (HCM) é o peso da hemoglobina dentro das hemácias
O RDW é o índice que avalia as diferenças de tamanho das hemácias.
O Leucograma compreende a contagem total de leucócitos e contagem diferencial de leucócitos. Dificilmente consegue-se determinar a exata moléstia do animal, porém as informações são úteis para determinar o estado do animal, prognóstico e auxiliar no direcionamento para um exame diagnóstico diferencial. Isso, pois animais com enfermidades podem apresentar a contagem diferencial, número total de leucócitos e morfologia celular drasticamente alterados, sugerindo e descartando enfermidades.
Os leucócitos são divididos em:
Neutrófilos: Tem como principal função fagocitose e morte de microrganismos, sendo os neutrófilos bastonetes imaturos. A vida dessas células são de aproximadamente 9 (nove) dias e são atraídos por mediadores químicos até os locais de inflamação. O aumento dos números normais de neutrófilos é chamado de neutrofilia e a diminuição neutropenia.
Linfócitos: São divididos ainda em 3 tipos que são de difícil diferenciação em exames de rotina, e seu aumento é chamado de linfocitose e diminuição de linfopenia, são exemplos de linfócitos:
Linfócitos B que são as únicas células capazes de produzir anticorpos e possuem tempo de vida bem variável, sendo na circulação de 3 a 4 dias e em tecidos até um mês.
Os Linfócitos T são responsáveis por regular a resposta imune aos antígenos protéicos e como célula efetora para eliminação dos microrganismos intracelulares (principalmente vírus). Podem viver até 3 anos.
Células NK (Natural Killer) são linfócitos que lisam certas linhagens de células tumorais e microrganismos, sem precisar se comunicar com outras células do sistema imune.
Eosinófilos: São produzidos em grande quantidade em infecções parasitárias, migrando até os parasitas e liberando substâncias para eliminação deles. Ficam em sua maior parte armazenados na medula óssea.
Monócitos: são importantes para o combate de microrganismos intracelulares como fungos, vírus, algumas bactérias e processamento de antígenos para apresentar ao linfócito T. Os monócitos saem dos vasos sanguíneos e vão para os tecidos, tornando-se macrófagos que iram combater infecções e remover restos celulares ou células mortas.
Basófilos: São importantes por liberar a heparina, que impede a coagulação sanguínea e favorece a remoção de partículas de gordura após uma alimentação gordurosa.
O hemograma é fundamental para fornecer informações para o médico veterinário, as quais são essenciais para o entendimento do estado de saúde do animal e para nortear o profissional a respeito de possíveis enfermidades, acompanhamento e histórico das mesmas. Além disso, o hemograma já é um exame de rotina em consultórios veterinários e está disponível em valores acessíveis, o que permite o entendimento e escolhas assertivas para o diagnóstico de animais de pequeno porte.
BIBLIOGRAFIA
SILVA, Malena Noro. Hematologia veterinária. 2017
www.santelaboratorio.com.br/interpretacao-das-alteracoes-leucocitarias-no-hemograma-completo-em-caes. Acessado em 13/07/2020
www.mdsaude.com/exames-complementares/hemograma. Acessado em 13/07/2020
diagnóstico de animais de pequeno porte.